O termo ataque de pânico é amplamente conhecido, até mesmo fora do campo da saúde mental. Mas, apesar da fama, nem todo mundo sabe exatamente o que ele significa.
Um ataque de pânico é um episódio súbito de medo ou ansiedade intensa, acompanhado de sintomas físicos e emocionais. O mais intrigante? Ele costuma acontecer sem nenhuma ameaça real aparente.
Quando acontece e quanto tempo dura?
Os ataques de pânico começam de forma abrupta e atingem o pico de intensidade em poucos minutos. A duração média vai de 10 a 30 minutos.
Há dois tipos principais de ataque:
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Espontâneos: surgem “do nada”, sem gatilho evidente.
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Situacionais: acontecem diante de contextos específicos, como lugares fechados, multidões ou situações sociais.
Quem pode ter um ataque de pânico?
Embora sejam mais comuns em pessoas com transtornos de ansiedade, os ataques de pânico podem acontecer com qualquer pessoa, mesmo sem histórico de saúde mental.
Eles são frequentes em quadros como:
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Transtorno de ansiedade social
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Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
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Depressão
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Transtorno bipolar
Fatores como histórico de trauma, estresse crônico ou uso de substâncias também aumentam o risco.
Sintomas físicos e mentais do ataque de pânico
Durante um ataque, o corpo entra em estado de alerta máximo, ativando o que chamamos de “luta ou fuga”. Os sintomas mais comuns incluem:
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Palpitações (coração acelerado)
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Tremores
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Falta de ar ou hiperventilação
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Sensação de sufocamento
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Suor excessivo
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Calafrios ou ondas de calor
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Tontura ou sensação de desmaio
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Dor ou aperto no peito
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Náuseas ou desconforto abdominal
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Sensação de que o mundo não é real (desrealização)
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Medo intenso de perder o controle, enlouquecer ou morrer
Nem todo mundo apresenta todos os sintomas. Algumas pessoas têm o que chamamos de “ataques com sintomas limitados” — quando aparecem menos de 4 sintomas, mas ainda assim causam grande desconforto.
Ataques de pânico noturnos
Sim, é possível acordar no meio da noite no meio de um ataque de pânico. Esse tipo é chamado de ataque de pânico noturno e afeta de 40% a 70% dos pacientes com transtorno do pânico.
Nesses casos, o corpo desperta abruptamente do sono com sintomas intensos, como se o alarme do organismo fosse ativado sem aviso. Isso costuma acontecer entre 24 e 225 minutos após o início do sono.
Diagnóstico e complicações possíveis
Ter um ataque de pânico isolado não significa ter o transtorno de pânico (também conhecido como síndrome do pânico).
O diagnóstico só é feito quando:
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Os ataques são recorrentes;
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Há uma preocupação persistente em ter novos ataques (ansiedade antecipatória);
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O paciente passa a evitar lugares ou situações por medo de ter novas crises — o que chamamos de esquiva fóbica.
Essa evitação, quando se torna intensa, pode evoluir para um quadro de agorafobia — o medo de não conseguir ajuda em caso de crise. Em situações graves, a pessoa pode deixar de sair de casa, o que prejudica seriamente sua vida social e profissional.
Conclusão
Ataques de pânico são mais comuns do que parecem — e sim, podem ser assustadores. Mas eles têm tratamento. Entender o que está acontecendo já é o primeiro passo para enfrentar a situação com mais clareza e buscar ajuda, se necessário.
Para saber mais: Ataques de pânico: tratamentos e o que fazer
(https://institutodepsiquiatriapr.com.br/blog/ataques-de-panico-tratamentos-o-que-fazer/)
REFERÊNCIAS
NUTT, D. BALLENGER, J. Transtornos de Ansiedade: Transtorno do Pânico e Transtorno de Ansiedade Social. Rio de Janeiro: Med Line Editora Ltda., 2010.
NARDI, ANTONIO E. VALENÇA, ALEXANDRE M. Transtorno de Pânico: Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.