Ataques de pânico: tratamentos e o que fazer

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Durante um ataque de pânico, é comum sentir que não há controle possível. A intensidade dos sintomas pode ser tão avassaladora que parece impossível pensar com clareza. Mas é importante saber: existe tratamento, sim — e ele é eficaz.

Com o acompanhamento adequado, mesmo casos graves de transtorno do pânico podem evoluir positivamente. O primeiro passo é procurar um psiquiatra, que, após uma avaliação criteriosa, poderá indicar o melhor caminho: medicação, psicoterapia ou ambos.


Tratamento farmacológico: quando os sintomas exigem medicação

O tratamento medicamentoso para ataques de pânico costuma incluir dois tipos de fármacos:

  • Ansiolíticos (como os benzodiazepínicos)
  • Antidepressivos (geralmente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS)

Ansiolíticos: alívio rápido no início do tratamento

Esses medicamentos são usados especialmente no começo, quando os sintomas estão mais intensos. Agem de forma rápida e ajudam a “baixar o volume” da ansiedade. Costumam ser prescritos para uso noturno, devido ao efeito sedativo.

Importante: o uso prolongado de benzodiazepínicos pode causar efeitos indesejados, como fadiga, dificuldade de concentração e problemas de memória. Por isso, seu uso geralmente é descontinuado após algumas semanas ou meses.

Antidepressivos: para a manutenção do equilíbrio

Enquanto os ansiolíticos agem no curto prazo, os antidepressivos são os responsáveis por manter o controle da ansiedade a longo prazo. Eles atuam de forma mais lenta, mas oferecem estabilidade emocional e previnem novas crises. <!– INSERIR IMAGEM 2: Consulta com terapeuta ou psiquiatra, ou imagem sutil de frascos de medicamento sobre mesa neutra, com luz natural –>


Psicoterapia: ferramenta essencial no tratamento do pânico

A maioria dos psiquiatras irá recomendar também o acompanhamento psicoterapêutico. A psicoterapia não só complementa a medicação como oferece recursos para lidar com a ansiedade no dia a dia.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): abordagem com mais evidência científica

A TCC é a abordagem terapêutica com maior respaldo na literatura para o tratamento do transtorno do pânico. Ela ajuda o paciente a:

  • Identificar pensamentos automáticos e crenças disfuncionais
  • Reestruturar interpretações catastróficas
  • Reduzir comportamentos de esquiva

Exposição interoceptiva

Um dos recursos mais usados na TCC para pânico é a exposição interoceptiva — uma técnica em que o paciente é exposto, de forma controlada, às sensações corporais típicas de um ataque de pânico (como tontura, falta de ar, coração acelerado).

Essa técnica ensina o paciente que essas sensações, por si só, não são perigosas e que é possível enfrentá-las sem entrar em pânico.

Exposição a situações agorafóbicas

Após o controle dos sintomas físicos, o paciente pode ser exposto (com suporte) a locais que costuma evitar: metrô, elevadores, aviões, multidões. Esse processo é feito de forma gradual, começando por situações menos desafiadoras e avançando conforme a tolerância.

Controle da respiração e relaxamento

Pacientes com pânico costumam hiperventilar, o que piora os sintomas. A TCC ensina técnicas de respiração diafragmática e relaxamento muscular progressivo (como o método de Jacobson), que ajudam a controlar o corpo e a mente.


O que fazer durante um ataque de pânico

Durante uma crise, algumas estratégias simples podem ajudar a recuperar o controle:

1. Respirar profundamente

Use a respiração diafragmática para desacelerar o corpo. Inspire lentamente pelo nariz, segure o ar por alguns segundos e solte pela boca.

2. Reforçar o conhecimento

Lembre-se: você está seguro. É um ataque de pânico, não um infarto. Conhecer os sintomas e entendê-los racionalmente pode reduzir o medo.

3. Relaxar os músculos

Utilize a técnica de relaxamento muscular que aprendeu com seu terapeuta. Músculos relaxados sinalizam segurança ao cérebro.

4. Observar o ambiente

Preste atenção ao que está ao seu redor. Use seus sentidos: veja, ouça, toque. Isso ajuda a “aterrar” sua mente no presente (exercício de atenção plena).


Conclusão: há tratamento — e ele funciona

Ataques de pânico são assustadores, mas não são invencíveis. Com apoio médico e psicológico, é possível recuperar a qualidade de vida, superar o medo e retomar o controle sobre sua rotina.

Não enfrente isso sozinho. Procure um psiquiatra ou psicólogo de confiança.


Quer entender melhor o que é um ataque de pânico?

Leia nosso artigo anterior:
Ataque de pânico: como é e sintomas físicos


Referência

NARDI, Antonio E.; VALENÇA, Alexandre M. Transtorno de Pânico: Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005

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