Estilos de parentalidade: quais são e como influenciam a criança

O jeito que os pais ou cuidadores educam uma criança pode ter consequências negativas ou positivas. Entenda melhor sobre os estilos de parentalidade aqui!
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“Parentalidade” é um termo que se refere ao papel dos pais ou cuidadores na vida de uma criança. É um termo que não se limita à esfera biológica, podendo ser aplicado a qualquer tipo de cuidador primário de uma criança em desenvolvimento.

Em geral, quando se fala de parentalidade, fala-se também da infância daquele que assume o papel de cuidador no momento presente. Isso porque a maneira que essa pessoa foi criada geralmente influencia a maneira que ela compreende a criação de uma criança e, portanto, reflete na sua própria maneira de exercer a parentalidade.

Isso não significa que as pessoas estão condenadas a criar seus filhos da mesma maneira que foram criados, especialmente quando essa criação foi problemática e repleta de traumas. No entanto, algumas características dessa criação podem acabar influenciando na parentalidade atual.

Embora crianças tenham seu próprio temperamento — que é uma característica biológica —, atualmente compreende-se que uma grande parte do comportamento da criança é influenciado também pela maneira que os pais ou cuidadores atendem às suas necessidades e a disciplinam.

Por isso, ao educar uma criança, é importante ter consciência de como essa parentalidade está sendo exercida: é apenas um reflexo da criação que o cuidador recebeu ou é algo com características diferentes que proporcionam uma educação mais assertiva?

Neste artigo, você irá encontrar os estilos de parentalidade mais reconhecidos e suas possíveis consequências na criação dos pequenos.

Os estilos de parentalidade

Postulados pela psicóloga norte-americana Diana Baumrind, os estilos de parentalidade descrevem como o comportamento dos pais ou cuidadores podem afetar o comportamento e desenvolvimento da criança, tendo efeitos até mesmo na vida adulta.

Atualmente, existem 4 estilos de parentalidade reconhecidos, sendo 3 propostos por Baumrind e um último proposto pelos psicólogos John Martin e Eleanor Maccoby.

É importante ressaltar que não existe um estilo de parentalidade correto e que dificilmente um pai ou cuidador vai exercer apenas um destes estilos, podendo haver momentos nos quais há variação entre os diversos estilos.

No entanto, um destes estilos tende a ser mais dominante do que os outros, e é este estilo que irá influenciar mais o desenvolvimento da criança.

Os 4 estilos parentais são:

Autoritário

Neste estilo de parentalidade, o elemento principal é o medo. Os pais ou cuidadores adotam um estilo de parentalidade baseado na coerção, no qual ações como ameaçar, xingar e humilhar são características marcantes. Em casos mais intensos, esse estilo de parentalidade pode levar a abusos físicos e psicológicos.

Como consequência, a criança pode passar a apresentar comportamentos agressivos, desafiando autoridades e apresentando diversos problemas de conduta inclusive posteriormente, na vida adulta.

Permissivo

O estilo permissivo acaba sendo o contrário do estilo autoritário, pois agora a autoridade passa a ser da criança. Os pais permitem que a criança faça tudo o que quer, do jeito que quer, na hora que quer, prejudicando o desenvolvimento de conceitos importantes como limites e respeito.

É o clássico caso da criança mimada que não consegue aceitar um não como resposta e isso também pode refletir em comportamentos egocêntricos na vida adulta.

Negligente

Os pais ou cuidadores negligentes são aqueles que não se envolvem de verdade na criação. São distantes e alheios, dando uma liberdade parecida com os pais permissivos, porém há falta de carinho e apoio, além de uma comunicação defasada.

Este estilo parental está associado a problemas no desenvolvimento, pior desempenho escolar, habilidades sociais prejudicadas e, posteriormente, até mesmo ao abuso de drogas e álcool, bem como comportamentos antissociais.

Democrático, participativo ou autoritativo

Este é o estilo parental considerado o mais assertivo por pesquisadores da psicologia. Isso porque ele é baseado em uma relação positiva, na qual há espaço para o diálogo e o respeito mútuo.

Desta forma, a criança aprende que suas ações têm consequências, compreende a existência de limites e os respeita e aprende a expressar suas emoções de maneira saudável, proporcionando a possibilidade de resolução de problemas por meio da conciliação.

E os pais super protetores?

Apesar de não ser um dos estilos parentais propostos por Baumrind, há também os pais e cuidadores que podem ser descritos como “super protetores”.

São aqueles que não deixam a criança cair para aprender a se levantar. São cuidadores que estão o tempo todo monitorando e eliminando os perigos ao redor da criança, prejudicando sua capacidade de desenvolver um senso de perigo e de autopreservação.

Por conta disso, a criança cresce sem aprender a se posicionar no mundo, com aversão a conflitos, problemas de autoconfiança e dependência de outras pessoas para que possam protegê-la em situações de estresse.

Qual o melhor estilo parental?

Como dito anteriormente, não existe um estilo parental certo ou errado. Crianças diferentes, com temperamentos diferentes e em momentos diferentes podem necessitar de um tipo ou de outro.

Contudo, estudos apontam que um estilo parental majoritariamente democrático (também chamado de participativo ou autoritativo) é o que está ligado a um maior sucesso escolar e social.

Neste sentido, pode-se pensar que é necessário um estilo parental no qual a criança se sinta amada de forma incondicional, mas que ao mesmo tempo a ensine sobre limites e respeito, incluindo a possibilidade de negociação em determinados aspectos.

A infância é uma época que influencia muito o comportamento de uma pessoa nas fases posteriores da vida. Por isso, exercer a parentalidade com consciência e respeito é um dos maiores desafios dos pais e cuidadores, especialmente aqueles que passaram por uma criação repleta de abusos e traumas.

Se você é um adulto que está cuidando de uma criança e sente que sua parentalidade está sendo influenciada por questões da sua própria infância, buscar a ajuda de um profissional da saúde mental pode ser um grande passo para uma parentalidade mais assertiva.

Referências

https://catarinarivero.com/estilos-parentais-diferentes-formas-de-educar/
https://maemequer.sapo.pt/desenvolvimento-infantil/educacao/estilos-parentais/
https://escoladepaisgrandefloripa.org.br/os-estilos-parentais-e-o-desenvolvimento-das-criancas/

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