Intuição: será que é confiável?

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Você já passou por um momento no qual não sabia o que fazer e, de repente, a solução aparecia sem que você soubesse como sabia aquilo? Pois bem, estamos falando da intuição, um recurso que pode trazer muitas vantagens para resolver problemas rapidamente. No entanto, ainda que a intuição possa nos salvar em momentos de desespero, vez ou outra, a intuição falha. Será mesmo que a tal intuição é confiável?

De acordo com o psicólogo Daniel Kahneman, ganhador do prêmio Nobel em Economia (2002), nem sempre. De fato, Kahneman estabeleceu algumas questões a serem pensadas antes de confiar na intuição.

O que é intuição?

Primeiramente, antes de entrar nas regrinhas para confiar na intuição, é importante compreender o que é a intuição. Para Kahneman, uma definição precisa seria “intuição é pensar que você sabe, sem saber o porquê você sabe”.

O problema, de acordo com o psicólogo, é que a intuição conta com “regras de ouro” que muitas vezes estão erradas, pois são baseadas em nossas vivências. Um exemplo disso é quando tentamos adivinhar o quão comum e recorrente é um determinado acontecimento baseado em nossas memórias de acontecimentos semelhantes, mas podemos ser facilmente enganados por eventos que são altamente memoráveis, porém raros — como quedas de avião.

Quando confiar na intuição?

Felizmente, existe uma maneira simples de perceber se podemos confiar na nossa intuição ou não. Durante um discurso feito no World Business Forum em Nova Iorque, Kahneman explicou 3 pontos a serem pensados antes de “confiar nos nossos instintos”. São eles:

Existe alguma regularidade nessa área que possa ser aprendida?

A intuição se desenvolve a partir da experiência, em especial nas situações em que há padrões e tendências. Para que a intuição esteja certa, é necessário que a área de interesse tenha, de fato, padrões e tendências. Caso contrário, a “intuição” será um tiro no escuro.

Um exemplo didático postulado pelo próprio Kahneman é o caso de pessoas casadas há anos: é possível saber o humor do parceiro apenas ao observar o tom de voz ou as palavras usadas durante uma ligação. Isso ocorre porque, com a convivência, o indivíduo aprende os padrões de expressão do parceiro e, com o tempo, mesmo que ele não diga nada sobre isso, o indivíduo sabe como o parceiro está se sentindo e o que deve fazer para melhorar a situação.

Nesses casos, a intuição pode ser confiável, pois é algo no qual realmente há padrões e tendências que se repetem.

Você tem experiência nessa área?

Como dito anteriormente, a intuição é pautada na experiência do indivíduo. Sendo assim, é muito mais fácil ter uma intuição correta em uma área conhecida do que em uma área na qual se é novo.

Um exemplo disso são os jogadores profissionais de xadrez. Ele não sabe o que o oponente irá fazer, mas devido a sua experiência e conhecimento das regras do jogo, pode tentar prever a jogada do oponente e planejar seus movimentos com mais segurança.

Uma pessoa que nunca pegou em uma caixa de ferramentas pode até intuir corretamente qual chave é necessária para qual parafuso, mas dificilmente saberá o que fazer a partir daí. Se ela não sabe consertar o objeto, sua intuição pode não ser muito útil, pois não saberá quais ferramentas serão necessárias e nem como usá-las.

Sendo assim, é necessário ter experiência na área para que a intuição seja precisa ou se torne útil.

Você recebe feedback imediato na área?

Toda a experiência do mundo pode não ser o suficiente caso você não receba feedback, ou seja, caso não haja alguém (ou algo) comentando e apontando seus erros e acertos. Estudos mostram que a maneira mais eficaz de se aprender com os erros é através do feedback imediato, ou seja, quando você sabe, logo em seguida, se o que você fez, pensou ou disse está certo ou não.

Caso você tenha várias experiências assim na área, você provavelmente aprendeu corretamente e deve saber o que fazer, facilitando a intuição nos momentos de necessidade.

***

Agora você já sabe: a intuição pode sim quebrar alguns galhos, mas é preciso tomar cuidado! Antes de tudo, utilize sempre essas três perguntas para evitar erros. Se, por acaso, a resposta de alguma dessas perguntas for não, pesquisar um pouco os fatos e aprender coisas novas é uma boa alternativa!

Fonte: https://www.inc.com/jessica-stillman/never-trust-your-gut-unless-you-can-say-yes-to-these-3-questions.html

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