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Quantas horas por dia você passa sentado? E quantas vezes você já se sentiu mal por precisar fazer mais exercícios e abandonar uma vida sedentária? Sim, a pressão para ter uma vida mais ativa é alta, pois é a chave para uma vida mais saudável e longínqua. Mas você já parou pra pensar que, talvez, o sedentarismo esteja causando prejuízos na mente?
Pois saiba que existem vários estudos nessa área e os resultados são bastante consistentes com a ideia de que mais atividade é igual a melhor qualidade de vida. Há quem diga que “ficar sentado é o novo fumar”, comparando os malefícios de um estilo de vida sedentário com os malefícios do tabaco. Acredita-se que, para cada hora sentada, são menos duas horas de vida.
O problema é que grande parte das pessoas trabalha em ambientes nos quais precisam ficar sentadas, então precisam recorrer às academias após o trabalho para manterem-se ativas. Contudo, mesmo isso pode não ser o suficiente. Os malefícios de permanecer sentado são tão prejudiciais que alguns especialistas até recomendam que os escritórios invistam em mesas nas quais seja possível trabalhar em pé!
Parece absurdo, mas várias pesquisas feitas mostram que, mesmo em situações em que isso parece contraintuitivo, como um dia de trabalho no escritório, manter-se em movimento melhora não apenas a saúde, mas também o desempenho.
Aqui estão mais alguns malefícios causados pelo sedentarismo evidenciados por pesquisas:
Prejuízo na performance acadêmica e produtividade
Um estudo publicado em abril de 2015 pela Texas A&M Health Science Center School of Public Health mostra que estudantes que usavam mesas altas nas quais, para usá-las, precisavam ficar em pé, tinham uma perfomance acadêmica melhor do que seus colegas que passavam as aulas sentados.
Estes estudantes que passavam as aulas em pé tiveram melhor envolvimento nas aulas, apresentando comportamentos como responder questões, levantar a mão e participar ativamente de discussões em sala de aula.
Tanto ficar em pé quanto caminhar trazem benefícios para a produtividade e aprendizagem, e isso é algo que já se sabe há muito tempo. Um bom exemplo vem da época de Aristóteles, que fundou a Academia, uma escola de filosofia na qual as “aulas” e discussões eram feitas enquanto filósofos e aprendizes caminhavam pelo Liceu.
Aumento da ansiedade
Um estudo da Escola de Ciências do Exercício e Nutrição na Universidade Deakin, na Austrália, mostra que existe uma correlação direta entre o tempo que uma pessoa passa sentada durante o dia e um aumento no risco de desenvolver ansiedade.
O estudo analisou diversas situações em que as pessoas costumam passar sentadas, como ao assistir televisão, usar o computador, viajar diariamente para o trabalho, passar o dia de trabalho sentado, entre outros.
Mais estudos sobre essa relação entre a ansiedade e o sedentarismo precisam ser feitos. No entanto, espera-se que, no futuro, essa ligação seja melhor esclarecida, de modo que esse conhecimento possa ser usado para diminuir os sintomas de ansiedade. Por enquanto, a dica é manter-se ativo sempre que possível.
Diminuição do cérebro
É normal que o cérebro vá se deteriorando de acordo com a idade, mas a falta de atividade física parece piorar muito essa situação. Existem estudos que mostram que uma maior quantidade de exercícios físicos está ligada a um aumento do cérebro.
De acordo com outros estudos, o contrário é verdadeiro: estar fora de forma na meia idade pode causar uma diminuição do cérebro a medida em que a pessoa envelhece.
A verdade é que exercícios aeróbicos estimulam o nascimento de novos neurônios no hipocampo, aumentando o volume do cérebro. Quando uma pessoa não pratica esses exercícios na meia idade, é provável que, algumas décadas depois, o volume cerebral seja menor.
No entanto, esses estudos mostram apenas uma correlação entre quantidade de exercícios físicos e volume cerebral. Sendo assim, não é possível saber se existe uma relação causal entre essas duas variáveis. Para isso, são necessários mais estudos.
Mesas para ficar em pé
Um dos grandes motivos pelos quais passamos tanto tempo setandos atualmente é que muitas das atividades que realizamos requerem uma mesa. Fazer anotações durante as aulas, fazer trabalhos da faculdade ou até mesmo certas profissões utilizam objetos que requerem uma mesa para apoiar.
Entretanto, mesas costumam ser baixas. Desta forma, usar uma mesa comum em pé se torna extremamente desagradável, pois a maior parte das pessoas precisaria se curvar para alcançar a superfície da mesa, que estaria abaixo do nível dos braços. Sendo assim, é natural que cadeiras sejam utilizadas para melhorar esse processo. Mas a verdade é que não precisa ser assim.
Dentre os malefícios de trabalhar sentado, além do que foi citado anteriormente, está o risco de desenvolver obesidade, má postura, entre outros. É por isso que, atualmente, algumas fabricantes estão desenvolvendo mesas altas que podem ser utilizadas em pé.
Com estas mesas, é possível diminuir o risco de obesidade em pessoas que passam muito tempo utilizando as mesas, diminuir o estresse na coluna e prevenir a formação de deformidades na coluna por má postura, além de possivelmente melhorar a produtividade.
Uma outra opção seriam mesas altas com esteira, para que seja possível caminhar ao mesmo tempo em que se realiza um trabalho. A caminhada pode ser extremamente benéfica pois, além de diminuir a ansiedade, ajuda a pensar melhor. Não é a toa que, em grandes conferências, os palestrantes costumam caminhar de um lado para o outro no palco ao invés de permanecer sentados, não é mesmo?
O fato é: manter-se fisicamente ativo faz muito bem para a saúde.
O segredo é manter-se em equilíbrio: descansar quando for preciso descansar, e manter-se em movimento sempre que possível. Se você não pode mudar seu local de trabalho para se adaptar a essa realidade, lembre-se sempre de procurar manter-se ativo nos outros momentos em que isso for possível.
Caso você sinta que está com dificuldades em relação à saúde mental, não se esqueça de entrar em contato com um médico ou psicólogo de confiança.
Fontes
https://www.psychologytoday.com/intl/blog/the-athletes-way/201504/sitting-can-drain-brain-power-and-stifle-creativity
https://www.psychologytoday.com/intl/blog/the-athletes-way/201506/sitting-all-day-increases-your-risk-anxiety
https://www.psychologytoday.com/intl/blog/the-athletes-way/201602/can-being-couch-potato-shrink-your-brain